domingo, 28 de janeiro de 2018

Sinal vermelho para as finanças de São José do Jacuípe

O município de São José do Jacuípe, com sua emancipação em 13 de junho de 1989, registrou em sua história de cidade, eleições disputadíssimas, com resultados inesperados, vitórias que engrandeceram a luta de um povo, mas como na vida nem tudo são flores, São José do Jacuípe, de 10.784 pessoas, dados de 2017, passou por um momento de extrema deficiência social, com registro na imprensa da Bahia, como sendo um dos municípios mais pobres da Bahia, dentre outras lutas e desafios que marcaram certamente a trajetória política de um povo, representado por lideranças consolidadas mediante processo eleitoral: Badeto, Tino, duas vezes prefeito, Daniel, duas vezes prefeito, Almeida, Verinha e agora Erismar de Amadinho.

Quem tem São José do Jacuípe como sua terra natal não troca por nenhum outro pedaço de chão do gigante chamado Brasil. “O jeito de lugar pacato é o que faz deste lugar uma referência nas nossas vidas”, disse um morador ao REPORTERBAHIA.COM

O município que tem barragem em seu território, rio, terras férteis, povo trabalhador, não pode esperar por outra coisa a não ser por mais conquistas para incorporar a vida simples dos jacuipenses, que dá olaria, fonte de renda de muitas famílias, das muitas plantações às margens da barragem, das muitas pescarias, dentre outros momentos que faz de São José do Jacuípe, uma fonte de energia para toda a região. O morador da cidade de Avenida extensa evoluiu com o mundo digitalizado e vive agora com o mundo na palma da mão, o rádio que falava de longe, agora fala de perto, então o que falta mesmo nesse pedaço de chão? A quem responda com altivez e determinação... “um governo diferente que vise o bem-estar do povo”. Mas, e Badeto que abriu a história de realizações do município? Laurentino Romão da Silva, o popular Tino, prefeito duas vezes de São José do Jacuípe? Daniel, vereador e prefeito também em duas oportunidades? Almeida, Verinha, a primeira mulher prefeita da história do município e agora Erismar? Não foram suficientes para construir a história que o povo tanto sonhou? Você pode responder. Eles construíram uma história, mas verdadeiramente não foi a história que o povo escreveu nas tábuas do seu coração. O povo queria mesmo era mais atenção, confiança, participação, não apenas obras de cimento, tijolo e ferro, o povo queria mesmo era mais atenção.

Por falar em atenção, preste bem atenção para o relato que será apresentado agora para você leitor do nosso portal, tendo como referência a audiência pública realizada na sexta-feira, 24 de janeiro, na Câmara Municipal de Vereadores, de iniciativa do Poder Executivo, na pessoa do prefeito Erismar de Amadinho, com registro ainda para as presenças do presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Gerson Guimarães, vereadores da oposição e situação, membros da administração municipal, servidores públicos, populares e imprensa local e regional.

Na pauta do encontro, a vida financeira do município, com ênfase ainda na Educação e Caixa de Previdência.

São José do Jacuípe, ao longo da sua história de quase 29 anos, registra em seus anais administrativos 511 servidores efetivos, para uma folha de pagamento de R$ 1.087.838.50 (Um milhão, oitenta e sete mil, oitocentos e trinta e oito mil e cinquenta centavos). Na Educação, a folha de pagamento com dados de novembro de 2017, registrou gastos na ordem de R$ 584.776,22 (Quinhentos e oitenta e quatro mil, setecentos e setenta e seis reais e vinte e dois centavos), para um índice de 63%, diferença acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal de 9%, situação que responsabiliza o gestor e suas respectivas contas perante o Tribunal de Contas dos Municípios.

A conta apresentada no telão da Câmara de Vereadores contabiliza ainda 94 pessoas nomeadas pela gestão do prefeito Erismar. Em 2017, de acordo com Jucival, o popular Toca, Secretário da Administração Geral, foram exonerados em média 30 pessoas, passando de 120 pessoas contratadas pela gestão em apenas um ano de governo.

O município que recebem por ano R$ 22 milhões de reais, com receita média mensal de 1,5 milhão de reais, trouxe em seu relatório que o sinal vermelho em forma de alerta está acesso e bastante acesso. Nessa contabilidade ainda é possível relatar a situação da Caixa de Previdência, com débito na ordem de R$ 10 milhões de reais, para uma receita de 170 mil reais e uma despesa já ultrapassando a receita. Para enrolar ainda mais o meio de campo, a gestão do prefeito Erismar anunciou que está devendo a Caixa R$ 198.605,77 (Cento e noventa e oito mil, seiscentos e cinco mil e setenta e sete centavos). Nessa conta entra ainda o repassado pela gestão. R$ 1.951.388,91 (Um milhão, novecentos e cinquenta e um mil, trezentos e oitenta e oito reais e noventa e um centavos). Para os servidores que o REPORTERBAHIA.COM teve a oportunidade de conversar, a Caixa de Previdência de São José do Jacuípe é hoje uma bomba relógio, prestes a explodir a qualquer momento.

Informações ainda de uma gestão de muitos gastos, o que na opinião de pessoas que estiveram na audiência é mais um problema e dos grandes do município que lutou pela sua emancipação política na certeza de que o povo e seus governantes seriam autossuficientes para mudar a história, mas a história que está sendo contada pelo povo de São José do Jacuípe é de um futuro de incertezas, sem arco-íris no céu para ser contemplado, apenas nuvens escuras carregas de raios e trovões e os estrondos dessa tempestade sem chuva estão nas contas públicas de audiência que fez todo mundo balançar a cabeça e olhar para a pessoa que estava ao seu lado e dizer: “A situação é feia, viu”! Feia de ver, feia de contar, feia de viver.

Agora qual o caminho a seguir para mudar essa história de pesadelos? Convocando o povo para a batalha, caso contrário teremos mais uma gestão agindo por si só e fazendo de conta que está atendendo aos anseios de um povo que sorriu, gritou, pulou, festejou no grito de liberdade há quase 29 anos atrás, hoje o semblante é de preocupação, incertezas. Será que conseguiremos mudar de novo a nossa história? Pergunta o povo.

Com a palavra para essa e outras incertezas e questionamentos do povo, Erismar, Buinho e seus convocados para a batalha que pede pelos ajustes das contas do Município de São José do Jacuípe, a cidade que tem na simplicidade de seu povo a esperança de dias melhores.

Texto e fotos: Arnaldo Silva, DRT – 2805/BA. 

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