segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Nasa e Uruguai fizeram alerta de tsunami após recuo do mar no Sul do Brasil? Não é verdade!

Circulam na internet duas notícias sobre um alerta de tsunami no Sul do Brasil em razão de um fenômeno chamado recuo do mar. Um dos boatos afirma que ele foi emitido pelo Uruguai. O outro afirma que foi a Nasa quem alertou para o risco de um tsunami. Nenhuma das duas notícias é verdadeira.

O fenômeno, conhecido como recuo do mar, atingiu o litoral sul de São Paulo até o Rio Grande do Sul na última semana. Na chamada maré seca, o vento forte e constante, com rajadas de até 80 km/h, empurrou a água da beira da praia em direção ao alto mar.

Trata-se de um fenômeno raro e que causou prejuízos. Em Florianópolis, foi possível ver as bases das colunas de sustentação das pontes Colombo Sales e Pedro Ivo, que ligam a ilha ao continente. O mar recuou tanto que até a Hercílio Luz ficou exposta. Pelo menos 300 embarcações ficaram encalhadas (veja a reportagem do Jornal Nacional).

No entanto, nem o Uruguai nem a Nasa alertaram para um tsunami na região, muito menos como consequência desse recuo. Isso porque os tsunamis têm origem diferente.

“Os tsunamis são formados por terremotos. Já o recuo do mar é originado dos ventos. Os processos de formação do tsunami e do recuo do mar são distintos”, explica a meteorologista Michele Fernandes, da Climatempo. Segundo ela, não há, portanto, como haver um tsunami originado do recuo do mar.

Recuo do mar

O recuo do mar ocorre quando há ventos de componente norte paralelos à costa do Brasil, soprando persistentemente e com forte intensidade. Essa corrente faz com que a água do mar seja “empilhada” para fora da costa, resultando no recuo das águas no litoral. Quando esses ventos diminuem, a maré volta ao normal (entenda o recuo do mar em SC).

Tsunami

Já os tsunamis são uma série de ondas em alto mar originadas por algum abalo, que normalmente é sísmico, ou seja, provocado por um terremoto. Ao chegarem à costa, as ondas aumentam de tamanho causando destruição em regiões costeiras.

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Fonte: G1

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