As mudanças na legislação
eleitoral refletiram na oportunidade que empresas e prestadores de serviços
individuais tinham para ganhar dinheiro nesta época. Um exemplo é quem trabalha
com carro de som, que nesta eleição só são permitidos rodar com a presença do
candidato no veículo.
O
publicitário Mário Roberto Sales, conhecido como Mário do Som, afirma que a
mudança na lei eleitoral gerou muito prejuízo. Ele explica o que era permitido
antes e o que é permitido agora para os carros de som durante o período eleitoral.
“Pra gente que trabalha com
carro de som ficou muito ruim. Estou com seis carros parados, preparei tudo
para a campanha, mas hoje o carro de som só pode rodar com o candidato no
local, ele não pode fazer uma chamada no bairro hoje, por exemplo, para avisar
que o candidato vai estar em tal lugar amanhã. Então hoje a gente perdeu muito.
Antes a gente alugava um carro por 10 mil reais, hoje no máximo o que pagam é 5
mil reais”, afirmou.
Além do preço do aluguel,
que diminuiu, Mário afirma que a procura pelo carro de som também caiu muito.
Ele disse que nesta campanha política só está com um carro de som rodando. O
publicitário considera também que a ascensão das redes sociais prejudicou
outras mídias. Ele lembra que nestas eleições também está proibido o uso de
cavaletes, pintar muro e plotagem do carro completo.
Iram Lima, que também
trabalha com carro de som, disse que tem quatro carros grandes e outros
pequenos, mas que nesta campanha eleitoral o valor do aluguel caiu muito,
gerando prejuízos.
“Pra mim as mudanças foram
ruins e me deu muito prejuízo. Já ganhei muito dinheiro trabalhando nesse ramo.
Na outra eleição, por exemplo, cobrava cerca de 50 mil reais para alugar um
minitrio, hoje eles querem pagar 15 mil reais”, afirmou.
Elioney Santana, conhecido
como Nau Santana, dono da produtora Oficina de Música, afirma que as produtoras
também sentiram o impacto das mudanças na lei eleitoral. Ele também cita as
redes sociais como outro fator que impactou nos trabalhos neste período e o
fato das eleições serem gerais.
“As eleições municipais são
diferentes das eleições deste momento. No pleito municipal tem muitos
vereadores, prefeitos, então o quantitativo de candidatos é diferente. Devido à
demanda ser menor nessa eleição os estúdios perderam muito. Houve também
algumas mudanças na lei eleitoral e as demandas diminuíram. Hoje carro de som
só é permitido em carreata, passeata e com o candidato e tem a medição de
decibéis, e isso afetou os produtores de estúdio. Além disso, a gente vive uma
era digital, então as pessoas estão investindo mais nas redes sociais com a
imagem do político e o jingle vai ficando de lado”, analisou.
Segundo
Nau Santana, o valor de um jingle varia entre 500 e 10 mil reais. Ele lembra
que essa é uma das peças publicitárias de maior impacto durante uma campanha
política, mas ainda assim, tem perdido muito espaço.
“O jingle fala um pouco do
candidato de forma musical. Um jingle bem elaborado eleva o nome do candidato,
mas essa peça também mudou, já que não pode ser usado em carro de som na rua
como acontecia antes. As pessoas estão usando agora apenas nas redes sociais e
nos clipes do candidato”, afirmou.
Fonte:
Acorda Cidade
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